"Prega a palavra, insista a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda a longanimidade e ensino. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, se cercarão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, e se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando às fabulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre bem o teu ministério". (2 Timóteo 4:2-5, versão NVI).
As palavras acima foram escritas pelo apóstolo Paulo ao jovem e fiel pastor Timóteo, entre 66 e 67 d.C., em Roma. Nessa época, o apóstolo estava preso e conforme informações históricas, escreveu a segunda carta a Timóteo pouco antes de morrer decapitado pelo imperador Nero, provavelmente antes de 68 d.C.
O que Paulo diz nos versículos acima é profundo e atual. Profundo porque nos leva a refletir o nosso posicionamento de vida como cristão - e, aqui, mais especificamente, sobre o papel do pastor - em relação às Escrituras Sagradas; e, atual, porque a voz de Paulo reverbera estridente contra às práticas escandalosas de um pseudo-evangelho proclamado aos quatro cantos deste país.
Paulo é pontual quando demonstra a direção do ministério pastoral a Timóteo, exortando-o sobre a necessidade do zelo, da fidelidade, da sobriedade e da longanimidade que um genuíno pregador da Palavra de Deus precisa ter.
Além disso, o apóstolo é profético quando, por meio desse texto faz emergir um grave problema que atinge as igrejas evangélicas em todo o mundo: a falta de honestidade e de fidelidade que muitos pastores têm com as verdades escriturísticas. E as razões para explicar esse grande mal são inúmeras, entre elas podemos citar:
1ª) A incompreensão do chamado de Deus para o ministério pastoral: certa vez, ouvi de um pastor a seguinte frase: "Não podemos confundir o chamado de Deus, pois temos o "chamado pastor" e o "pastor chamado". A diferença está em compreender o verdadeiro chamado de Deus. O primeiro - "o chamado pastor" - se auto-intitula como tal, não tem dom de Deus na sua vida, e, por isso, não tem compromisso com as verdades que o Senhor deseja transmitir ao homem pecador. Ao contrário, o "pastor chamado" sabe exatamente a proposta de Deus para a humanidade caída e corrompida, por isso, é fiel à mensagem das Escrituras Sagradas. Assim, ele prega a Palavra, admoesta, repreende, exorta e corrige para que a alma do pecador seja salva;
2ª) A ausência da regeneração promovida pela Palavra de Deus e pelo Espírito Santo: muitos pastores estão à frente de igrejas ainda vivendo como se estivessem no mundo, com atitudes carnais do velho homem; sentimentos abomináveis aos olhos de Deus, como ódio, inveja, orgulho, luxúria, usura, vingança... Homens que deveriam ser o espelho de inúmeras pessoas, mas que envergonham a Cristo, através do seu testemunho de vida. Pastores que não experimentaram a regeneração não tem capacidade espiritual de liderar, tampouco de instruir outros pecadores
à verdade de Deus. São lobos devoradores, joios em meio ao trigo na igreja; e,
à verdade de Deus. São lobos devoradores, joios em meio ao trigo na igreja; e,
3ª) A assimilação dos valores do pós-modernismo: pluralismo, relativismo e humanismo. É assustador e triste ver homens que deveriam ser os instrumentos de oposição às ideologias difundidas pela cultura secular estarem envolvidos com movimentos nas igrejas que nada tem a ver com a Palavra de Deus. E a causa disso é a incorporação de valores ímpios na vida ministerial dos pastores, e aqui, podemos citar o pluralismo, o relativismo e o humanismo. A respeito desse último ponto, discutiremos em outro texto, com mais detalhes.
Por ora, cabe-nos refletir - nós, pastores- até que ponto poderemos ir em relação à nossa postura ministerial diante de Deus e dos homens. Estamos dispostos a ser coerentes com Deus? Ou queremos andar lado a lado com o mundo? Porque ficar "coxeando entre dois caminhos" não dar mais.
Continuamos a refletir sobre esse assunto no próximo texto.
Até!
Em Cristo Jesus,
Pastor Willian Martins
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