24 Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me;
25 porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.
26 Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?
27 Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras.
28 Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu Reino.
Existe uma verdade em comum e inconteste entre todos aqueles que servem a Jesus: todos desejam ser abençoados, anseiam por vitórias financeiras, profissionais, conjugais, emocionais, espirituais.
A Bíblia nos ensina que Jesus nos escolheu para sermos participantes da sua glória. Mas antes de sermos participantes do Cristo glorificado, somos, acima de tudo, participantes do Cristo crucificado. A cruz era o instrumento que os romanos usavam para torturar. Era reservado aos escravos e criminosos. Para os judeus, todo homem martirizado na cruz era visto como maldito (Dt 21:23: “o seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia, porquanto o pendurado é maldito de Deus”; Gl 3:13: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”).
No entanto, depois que Jesus foi executado na cruz, essa se tornou o símbolo religioso do seguimento humilde e abnegado de Cristo. Seguir a Jesus e tomar a própria cruz são elementos inseparáveis da vida cristã (Mt 10,38; 16,24; Lc 9,23.57-62; Gl 5,24).
Tomar a própria cruz se concretiza no martírio e na ascensão (Fl 3,17-18; Gl 5,24; Ap 11,8; Mt 23,34; Gl 2,19-20; Jo 3,14-15). Escândalo para os judeus (Gl 5,1) e loucura para os pagãos (1Cor 1,18-23), a cruz é um resumo de todo o Evangelho (Gl 6,12-14). Por meio dela nos veio a redenção (At 5,30s; Gl 3,13). Carregando a própria cruz, o homem participa dessa redenção (Ef 2,14-16; Cl 1,20; 2,14), pois crucificado com Cristo pelo batismo se obtém a vida pela fé (Gl 2,19; Rm 6,6).
Considerando o que está escrito no livro de Mateus 16:24-28, pode-se apontar algumas observações importantes acerca de “estar crucificado com Cristo” (Gl. 2:20). Dentre todos os significados possíveis que a cruz possa ter para o cristão, há de ressaltar que nela podemos extrair os seguintes ensinamentos:
I) A CRUZ É SÍMBOLO DE ABNEGAÇÃO:
No versículo 24 do capítulo 16 de Mateus, lemos que Jesus Cristo convida todo aquele que deseja segui-lo a renunciar a si mesmo. Cristo nos dá o maior exemplo de abnegação, porque Ele mesmo “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp. 2:6-8).
O homem cristão vive todos os dias uma guerra particular consigo mesmo (Romanos 7:14-20). Isso se explica porque o nosso espírito milita contra os nossos desejos carnais. No livro de Tiago, capítulo 4, versículo primeiro, lemos: “Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?”.
A cruz nos ensina a renunciar o nosso eu, o nosso ego. Todas as obras da carne descritas em Gálatas 5: 19-21 precisam ser abandonadas pelo cristão. Porque nem tudo aquilo que eu acredito ser o melhor caminho para minha vida é da vontade de Deus (Pv. 14:12). É fácil crucificar as minhas vontades? Não, pelo contrário, é difícil para todos os seguidores de Jesus (exemplos: Davi, Jonas, Salomão, Paulo). As Sagradas Escrituras nos exorta a ser guiados pelo Espírito Santo. “Andai em espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne”. (Gl. 5:16). Elas também nos mostra a necessidade ser sermos revestidos pela armadura de Deus (Efésios 6:11) e a priorizar a vontade do Senhor em relação aos nossos desejos (Mateus 12:31).
II) A CRUZ NOS ENSINA A COMPARTILHAR O SOFRIMENTO DO NOSSO PRÓXIMO E A AJUDÁ-LO NOS MOMENTOS MAIS DIFÍCEIS:
Não devemos ser mesquinhos, individualistas. Muitos cristãos ao ver um irmão em pecado ou passando por alguma tribulação, ao invés de ajudá-lo, oferecendo o ombro amigo, atira-lhe pedras, injúrias e acusações. Quando Jesus estava a caminho do Gólgota, e a cruz pesada demais, nenhum homem ofereceu a sua força para ajudá-lo. Um certo homem chamado Simão, cireneu, foi tomado à força pelos soldados romanos os quais impuseram-lhe nas costas a cruz que Jesus carregava. Todos desejam participar da glória de Jesus. Mas será que nós estamos dispostos a estender a mão ao nosso próximo quando ele estiver em adversidade?
III) A CRUZ EVIDENCIA QUE PRECISAMOS PRATICAR O PERDÃO:
O amor de Jesus Cristo ao homem pecador é demonstrado durante todo o seu ministério. Mesmo na crucificação, Ele nos ensinou a perdoar aquele a quem nos ofende (Lc 23: 40-42). Perdoar é uma atitude que expressa o amor de Deus. Todo aquele que pratica o perdão revela que foi transformado pelo Senhor.
A cruz não é apenas um símbolo cristão. Ela representa a redenção, o amor de Deus para os homens pecadores. Jesus, por meio dela, nos reconciliou com Deus. De servos passamos a ser considerados filhos do Rei. Por isso, todo cristão jamais pode se esquecer que a cruz nos ensina a renunciar a nós mesmos, a ajudar o nosso próximo nas dificuldades e também a perdoar aqueles a quem nos ofende.
Pare aos pés da cruz e lembre-se que “o criador das estrelas preferiu morrer por você a viver sem você”. Você é valioso para Jesus Cristo! Amém!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Lucado, Max; Bíblia de Estudo Devocional;
Lucado, Max; Seu nome é Jesus; Mundo Cristão, 2010; São Paulo;
http://pt.scribd.com/doc/3457712/Dicionario-Biblico-A-ate-Z-115-paginas-em-portugues.
Deus é maravilhoso .
ResponderExcluirEle sempre nos mostra o caminho. Nos dá sempre uma nova chance... Eu amo meu Senhor Deus todo poderoso.