A
igreja evangélica brasileira precisa de um Avivamento. Essa é a conclusão que chegamos
ao verificar a realidade espiritual das pessoas nas congregações, muitas delas,
aliás, nunca tendo experimentado a regeneração, a santificação e o verdadeiro
amor que alimentam e dirigem o cristão a obedecer a Deus.
O
verdadeiro avivamento é uma obra extraordinária de Deus, que impacta indivíduos
e multidões, através da oração perseverante e da pregação bíblica. Esses meios
conduzem as pessoa a uma conversão genuína, transformando, inclusive, a
sociedade. O avivamento não ocorre no vácuo, ou seja, antes de sua eclosão, há
uma preparação que antecede os efeitos que um grande avivamento espiritual
produz. Essa preparação se forma, como já citei, por exemplo, através de uma
busca constante por Deus em oração e proclamação do Evangelho de Cristo que
confronta o pecado do homem com a cruz de Cristo. Foi assim que ocorreu com a
Igreja Primitiva; foi assim também que se deu nos séculos posteriores, com a
perseguição dos cristãos pelo Império Romano. Tal processo de preparação também
foi desenvolvido nos séculos que antecederam a Reforma Protestante, no século
XVI. Vimos também isso acontecer na Europa e nos Estados Unidos após a Reforma,
quando muitos homens foram levantados por Deus com o objetivo de conduzir à
sociedade aos valores bíblicos negligenciados pelo alto clero da Igreja
Católica. Os cinco solas (Sola Scriptura,
Sola Gratia,Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Gloria) certamente resumem
esse sentimento: um retorno à Palavra de Deus!
Um
avivamento bíblico não pode ser confundido com aquilo que muitas pessoas estão
dizendo e fazendo nas igrejas. Estamos confundindo momentos de frenesi, êxtase
e barulhos com avivamento. Avivamento necessariamente transforma a vida de
homens pecadores, levando-os a suplicar a graça de Deus, diante da sua miséria
e transgressão.
O
pastor e também Dr. Willian R. Downing, da Grace Baptist Church, no livro
Avivamento: Definição e Precursores Bíblicos e Históricos - Um Catecismo de
Doutrina Bíblica, editora P.I.R.S. PUBLICATIONS, 2008, publicado em português
em 2016, comenta as causas que tem levando à má-compreensão e prática do
avivamento na igreja. Ele diz algumas coisas interessantes que faço questão de
reproduzir neste texto para que você, amado irmão, possa refletir.
Palavras
do Dr. Willian Downing
"A
tendência das últimas décadas tem sido um desvio gradual do Cristianismo tanto
bíblico quanto histórico. O espiritual e doutrinário, em grande parte degenerou
para o psicológico. A adoração reverente em muitas igrejas tem sido deslocada
pelo entretenimento. O aconselhamento substituiu a pregação autorizada e a
disciplina piedosa. A verdadeira conversão em grande parte degenerou em um mero
"decisionismo" no pensamento e metodologia de muitos. Uma pessoa pode
continuar a ser uma "crente carnal", vivendo em pecado, e, contudo,
ser considerada como uma verdadeira crente. (...) O emocionalismo
(irracionalismo) substituiu a verdadeira espiritualidade no professo
Cristianismo moderno. Igrejas e ministros olham para o mundo com seus
princípios comerciais de sucesso e abordagens pragmáticas ou inovadoras e
condicionam seus ministérios de acordo. Por que buscar a face de Deus em oração
por aquilo que pode ser produzido pelo homem em sua própria força?
A
pós-modernidade caracteriza tanto a sociedade quanto a religião. O
existencialismo (subjetivismo extremo), o relativismo (a negação da autoridade
e dos absolutos bíblicos), o pluralismo (a negação da exclusividade absoluta do
Cristianismo bíblico) e a desconstrução da linguagem (o texto bíblico não tem
um significado objetivo, e, portanto, nenhuma autoridade; o significado é encontrado
somente na interpretação do ouvinte) e o questionamento de toda a autoridade
têm empanturrado a moderna religião evangélica".
Assim, concluo ressaltando a necessidade que
temos em orar por um verdadeiro avivamento em nossa vida e na igreja a qual
congregamos. Um avivamento que nos desperte para uma vida de santidade e
comunhão com Deus e com os irmãos.
"Aviva,
ó Senhor, a tua obra no meio dos anos; no meio dos anos, faze-a
conhecida". (Habacuque 3:2)
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