Os milagres são o resultado da nossa busca a Deus. |
Se fizermos uma leitura crítica acerca do expansionismo das
igrejas evangélicas hoje, poderemos constatar que muitas delas constroem suas
plataformas teológicas e litúrgicas justamente sobre as promessas de milagres e
curas, os quais estão à disposição de todos que crêem em Jesus Cristo. Tais
diretrizes são pertinentes principalmente às igrejas evangélicas
neopentecostais.
A Bíblia não usa exatamente a palavra milagres. Na maioria dos textos encontramos a palavra sinal que direciona para as curas
realizadas por Cristo Jesus. Sobre isso, o escritor americano Tim Stafford no
artigo intitulado Uma Nova Era de Milagres, divulgado no site da revista
Cristianismo Hoje, faz uma comparação salutar entre sinais e placas de
trânsito:
Numa
comparação simplória, eles são semelhantes às placas que, na estrada, indicam a
direção dos destinos. Elas são importantes quando estamos perdidos ou, pelo
menos, inseguros quanto o rumo a tomar. Quando nos deparamos com uma placa
indicando nosso rumo, sentimo-nos imediatamente aliviados e mais seguros –
afinal, sabemos onde estamos e para onde vamos. Curiosamente, depois, nem nos
lembramos mais da placa que nos ajudou. Ela apenas serviu para nos indicar o
caminho, e nada mais.
A onda de milagres que assoma às igrejas evangélicas deve sinalizar
para o Reino de Deus e para uma vida de obediência à Palavra do Senhor. É
verdade que o ministério cristão é marcado por curas, mas não pode ser o foco
da igreja. O objetivo dos cristãos deve ser JESUS CRISTO. Os milagres são a
conseqüência da nossa busca e fé no Senhor. Eu não corro atrás de milagres,
pelo contrário, eles me seguirão (Dt 28:2).
Muitas pessoas infelizmente não entendem isso e só buscam o
Senhor para satisfazer as suas necessidades momentâneas de emprego, de saúde,
de alimento, de vestimenta, de dinheiro, de mulher, etc. Depois de receber a
bênção, afastam-se da igreja. Mas o pastor nem sente a falta daquela pessoa,
porque na igreja dele há uma alta rotatividade de membros à procura somente de
milagres, curas e libertação que ele nem percebe a ausência. Quando observo
esse ciclo vicioso nas igrejas, vejo que estamos imitando aquela multidão que
teve a sua fome saciada na multiplicação dos peixes e dos pães e que quando foi
procurar o Senhor em um segundo momento, recebeu uma voz de reprovação: “Em
verdade, em verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais miraculosos que
vistes, mas porque comestes do pão e vos fartastes” (João 6:26).
Diante disso, qual o caminho a seguir? Precisamos encontrar
um ponto de equilíbrio entre ceticismo e fascínio. Há pessoas que não abrem
espaço na sua vida para os milagres e sinais produzidos por Jesus Cristo. Isso
é muito perigoso. Pessoas que só acreditam na ciência e na medicina humana.
Outras, no entanto, agem e se comportam socialmente e espiritualmente como se
estivessem mais preocupadas em ser “bem-aventuradas”, em milagres e curas do
que em Jesus Cristo. O
ponto de equilíbrio é compreender que os milagres sinalizam para uma vida de
plenitude na presença de Jesus Cristo. Ou seja, os prodígios devem ser
encarados como meio e não fim da minha vida espiritual.
Stafford ainda no artigo citado, ressalta que tudo depende
de visão espiritual e da compreensão de responsabilidades que o cristão deve
demonstrar:
É
nossa responsabilidade estarmos abertos para os sinais da maravilhosa presença
de Deus, e orarmos por eles. É nossa responsabilidade louvarmos ao Senhor
quando vemos milagres acontecerem, e meditarmos a respeito da mensagem que ele
tem para nos dar através deles. Da mesma forma, é de nossa responsabilidade não
corrermos atrás de sinais e maravilhas, como se fossem o bem supremo planejado
por Deus. Somos responsáveis por não exigir milagres como prova de que o
Todo-poderoso está presente. Eles não são o conteúdo do Reino; são sintomas do
Reino. O conteúdo desse Reino é Jesus, que sofreu, morreu e foi sepultado,
sendo depois trazido de volta à vida.
Qual o grande perigo de invertermos os valores aqui
expostos? A grande ameaça que essa inversão representa diz respeito à falta de
alicerce na Palavra de Deus, à falta de conhecimento dos princípios que
norteiam o nosso relacionamento com o Senhor. Preste atenção: observe aquelas
pessoas que supervalorizam milagres nas igrejas. Elas por não terem suporte na
Bíblia – e quando digo isso me refiro a compreender as regras, princípios e
valores da vida cristã – não tem estrutura para enfrentar provações,
tribulações e tentações. Logo se desesperam e ficam desnorteadas.
Aqui, quero ressaltar que grande parte disso ocorre porque
temos aceitado que pastores sem-chamado de Deus e sem vocação espiritual
nenhuma liderem nossas igrejas. Pastores que têm apascentado a si mesmos.
Pastores e líderes que têm comido “as gorduras” de suas ovelhas e têm se
vestido da melhor lã produzida pelo rebanho. Pastores que preferem ver suas
igrejas “inchadas” de pessoas vazias de Deus em busca só de milagres a clamar
ao Senhor por uma entidade sadia, curada e forte.
Precisamos estudar mais a Bíblia; conhecer mais a vontade de
Deus em nossas vidas para desabonar e desautorizar todos aqueles que
provisoriamente detêm o controle dos microfones nas igrejas evangélicas e que
consideram os milagres e curas mais importantes do que uma vida santa e
irrepreensível na presença do Todo-Poderoso. Isso só depende de mim e de você. Que Deus nos abençõe.
Meu irmão, que verdade, Glória a Deus.
ResponderExcluirCreio assim também, temos que ser como Paulo escreveu aos Felipenses 4.12 e 13, servir a Jesus independente da situação.