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UMA REFLEXÃO SOBRE A ERA DOS MILAGRES NO SÉCULO XXI



Os milagres são o resultado da nossa busca a Deus.

 A Igreja Evangélica vive nos dias de hoje uma nova fase: nunca antes, na história da igreja, houve tantos milagres e curas como no nosso século. Doentes são curados de câncer, aids; paralíticos abandonam suas muletas e convictos em Jesus Cristo começam a andar; cegos passam a enxergar e surdos têm a audição restaurada.

Se fizermos uma leitura crítica acerca do expansionismo das igrejas evangélicas hoje, poderemos constatar que muitas delas constroem suas plataformas teológicas e litúrgicas justamente sobre as promessas de milagres e curas, os quais estão à disposição de todos que crêem em Jesus Cristo. Tais diretrizes são pertinentes principalmente às igrejas evangélicas neopentecostais.

A Bíblia não usa exatamente a palavra milagres. Na maioria dos textos encontramos a palavra sinal que direciona para as curas realizadas por Cristo Jesus. Sobre isso, o escritor americano Tim Stafford no artigo intitulado Uma Nova Era de Milagres, divulgado no site da revista Cristianismo Hoje, faz uma comparação salutar entre sinais e placas de trânsito:

Numa comparação simplória, eles são semelhantes às placas que, na estrada, indicam a direção dos destinos. Elas são importantes quando estamos perdidos ou, pelo menos, inseguros quanto o rumo a tomar. Quando nos deparamos com uma placa indicando nosso rumo, sentimo-nos imediatamente aliviados e mais seguros – afinal, sabemos onde estamos e para onde vamos. Curiosamente, depois, nem nos lembramos mais da placa que nos ajudou. Ela apenas serviu para nos indicar o caminho, e nada mais.

A onda de milagres que assoma às igrejas evangélicas deve sinalizar para o Reino de Deus e para uma vida de obediência à Palavra do Senhor. É verdade que o ministério cristão é marcado por curas, mas não pode ser o foco da igreja. O objetivo dos cristãos deve ser JESUS CRISTO. Os milagres são a conseqüência da nossa busca e fé no Senhor. Eu não corro atrás de milagres, pelo contrário, eles me seguirão (Dt 28:2).

Muitas pessoas infelizmente não entendem isso e só buscam o Senhor para satisfazer as suas necessidades momentâneas de emprego, de saúde, de alimento, de vestimenta, de dinheiro, de mulher, etc. Depois de receber a bênção, afastam-se da igreja. Mas o pastor nem sente a falta daquela pessoa, porque na igreja dele há uma alta rotatividade de membros à procura somente de milagres, curas e libertação que ele nem percebe a ausência. Quando observo esse ciclo vicioso nas igrejas, vejo que estamos imitando aquela multidão que teve a sua fome saciada na multiplicação dos peixes e dos pães e que quando foi procurar o Senhor em um segundo momento, recebeu uma voz de reprovação: “Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais miraculosos que vistes, mas porque comestes do pão e vos fartastes” (João 6:26).

Diante disso, qual o caminho a seguir? Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio entre ceticismo e fascínio. Há pessoas que não abrem espaço na sua vida para os milagres e sinais produzidos por Jesus Cristo. Isso é muito perigoso. Pessoas que só acreditam na ciência e na medicina humana. Outras, no entanto, agem e se comportam socialmente e espiritualmente como se estivessem mais preocupadas em ser “bem-aventuradas”, em milagres e curas do que em Jesus Cristo. O ponto de equilíbrio é compreender que os milagres sinalizam para uma vida de plenitude na presença de Jesus Cristo. Ou seja, os prodígios devem ser encarados como meio e não fim da minha vida espiritual.

Stafford ainda no artigo citado, ressalta que tudo depende de visão espiritual e da compreensão de responsabilidades que o cristão deve demonstrar:


É nossa responsabilidade estarmos abertos para os sinais da maravilhosa presença de Deus, e orarmos por eles. É nossa responsabilidade louvarmos ao Senhor quando vemos milagres acontecerem, e meditarmos a respeito da mensagem que ele tem para nos dar através deles. Da mesma forma, é de nossa responsabilidade não corrermos atrás de sinais e maravilhas, como se fossem o bem supremo planejado por Deus. Somos responsáveis por não exigir milagres como prova de que o Todo-poderoso está presente. Eles não são o conteúdo do Reino; são sintomas do Reino. O conteúdo desse Reino é Jesus, que sofreu, morreu e foi sepultado, sendo depois trazido de volta à vida.

Qual o grande perigo de invertermos os valores aqui expostos? A grande ameaça que essa inversão representa diz respeito à falta de alicerce na Palavra de Deus, à falta de conhecimento dos princípios que norteiam o nosso relacionamento com o Senhor. Preste atenção: observe aquelas pessoas que supervalorizam milagres nas igrejas. Elas por não terem suporte na Bíblia – e quando digo isso me refiro a compreender as regras, princípios e valores da vida cristã – não tem estrutura para enfrentar provações, tribulações e tentações. Logo se desesperam e ficam desnorteadas.

Aqui, quero ressaltar que grande parte disso ocorre porque temos aceitado que pastores sem-chamado de Deus e sem vocação espiritual nenhuma liderem nossas igrejas. Pastores que têm apascentado a si mesmos. Pastores e líderes que têm comido “as gorduras” de suas ovelhas e têm se vestido da melhor lã produzida pelo rebanho. Pastores que preferem ver suas igrejas “inchadas” de pessoas vazias de Deus em busca só de milagres a clamar ao Senhor por uma entidade sadia, curada e forte.

Precisamos estudar mais a Bíblia; conhecer mais a vontade de Deus em nossas vidas para desabonar e desautorizar todos aqueles que provisoriamente detêm o controle dos microfones nas igrejas evangélicas e que consideram os milagres e curas mais importantes do que uma vida santa e irrepreensível na presença do Todo-Poderoso. Isso só depende de mim e de você. Que Deus nos abençõe.




Comentários

  1. Meu irmão, que verdade, Glória a Deus.
    Creio assim também, temos que ser como Paulo escreveu aos Felipenses 4.12 e 13, servir a Jesus independente da situação.

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